quinta-feira, 26 de abril de 2012

Dependentes do Sinal Vermelho

Segunda-feira eu estava assistindo CQC e vi uma matéria sobre pedintes de rua, me interessei na hora e resolvi postar algo sobre isso aqui.

Se você transita entre as grandes (e até pequenas) Avenidas do Recife, com toda certeza já deve ter visto ou já foi abordado por um pedinte de rua. Tem para todos os gostos: artistas, limpador de para-brisa, vovô(ó) doente, crianças, crianças/adultos vendendo guloseimas etc. O fato é que essas figuras já se tornaram comuns em nosso dia-a-dia, passando muitas vezes despercebidas. 
Pedintes de rua não são um problema exclusivo do Recife, eles estão por todo o país. Nenhuma região, Estado ou cidade tem índice zero nesse aspecto. Não importa onde estejamos, dificilmente (quase impossível) alguém vai falar bem dessas pessoas. Se uma criatura é pedinte de rua, provavelmente carregará consigo características como: sujo, preguiçoso, drogado, trombadinha entre outros. 
É verdade que muitos estão ali porque se acostumaram, outros já nasceram naquele ambiente e não sabem fazer outra coisa, alguns simplesmente vão para a rua e ficam por lá mesmo, parte pede dinheiro para comprar drogas ou bebidas outra parte pede para sobreviver, porque não tem para onde ir. É muito fácil parar 30 segundos no sinal e julgar essas pessoas, mas é realmente difícil imaginar ou questionar a real causa daquilo. O sistema é falho principalmente para essas pessoas que nem imaginam como ele funciona.
Uma pesquisa do Ministério Social e Combate à Fome, feita só com moradores de rua, realizada em 2008 mostra que apenas 15% nunca estudaram e 74% afirmaram que foram alfabetizados. Para bom entendedor, meia palavra basta. Brasileiros alfabetizados estão na rua pedindo esmola, ao invés de estarem numa sala de aula ou trabalhando. O Governo, nesse aspecto, passa de displicente para desprovido de inteligência. Resgatar essas pessoas não é só fazer uma ação social obrigatória, é resgatar eleitores, aliados, futuros trabalhadores que contribuirão com o país pagando os "poucos" impostos cobrados.
Li nesse site que um cara fez uma ação diferente que resultou em algo inusitados. Ele parava nos sinais e quando os pedintes vinham, no lugar de dinheiro ele oferecia livros. Para a surpresa dele (minha e sua) as pessoas aceitavam os livros, ficavam mais entusiasmadas com eles do que com o dinheiro e alguns sabiam de assuntos como literatura. A verdade é que depois que li este post minha opinião sobre esses cidadãos mudou muito.
O governo, ou melhor, a sociedade não está perdendo só pessoas nos sinais, está perdendo vidas,  esperança e sonhos. Nós ficávamos  incomodados com as esmolas dadas pelo todo poderoso FMI, mas parecemos não ligar para nossos irmãos vivendo na dependência do poderoso e assustador sinal vermelho.

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